20 Anos depois de Borges (1)
Jorge Luís Borges, argentino de Buenos Aires, cidadão do mundo, apreciador de Camões, nome maior da literatura universal, morreu há 20 anos. Durante este ano, o «supremeart» procederá a uma singela homenagem ao autor de «O Aleph», recuperando 20 poemas da sua autoria. Hoje, publica-se o primeiro, parte de uma recolha pessoal que consideraria «o meu melhor de Borges na Poesia».
AFTERGLOW (1923)
É sempre comovente o pôr do sol
por indigente ou berrante que seja,
mas ainda bem mais comovedor
é o brilho desesperado e derradeiro
que enferruja a planície
quando o último sol ficou submerso.
AFTERGLOW (1923)
É sempre comovente o pôr do sol
por indigente ou berrante que seja,
mas ainda bem mais comovedor
é o brilho desesperado e derradeiro
que enferruja a planície
quando o último sol ficou submerso.
Dói-nos reter essa luz tensa e clara,
essa alucinação que impõe ao espaço
o medo unânime da sombra
e que pára de súbito
quando notamos como é falsa,
quando acabam os sonhos,
essa alucinação que impõe ao espaço
o medo unânime da sombra
e que pára de súbito
quando notamos como é falsa,
quando acabam os sonhos,
quando sabemos que sonhamos.
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