As Lendas e os Mitos
Durante toda a história dos povos, homens se destacam para o bem e para o mal, na condução do rumo da humanidade. A sua idolatração ou diabolização cravou-os na memória colectiva e perpetuou-os através das gerações. Alguns deles permanecem ainda bem vivos nas bocas dos povos, para lá mesmo dos livros de história.
Na modernidade, o homo politicus assumiu por diversas vezes esse estado de perpetuação, mesmo que tal não resultasse por si só das forças artificiosas e coercivas da razão de Estado. Todos, mesmo aqueles que pouco conhecem da ciência ou dos afazeres da escolástica contemporânea, sabem que em tempos houve um Marquês de Pombal que reconstruiu Lisboa após o terramoto ou um poeta sem um olho de nome Camões. Por todo este País, de lés a lés, ninguém terá esquecido o ditador paternalista chamado Salazar, mesmo que o isolamento de outros tempos o tenham escondido dessa turba que o vil homem tanto temia.
Neste século XXI de triunfo da sociedade de informação e (apesar de tudo) conhecimento, os homens já não se fazem deuses ou demónios omnipresentes na memória colectiva. À luz do saber, da aprendizagem e desaprendizagem comum do homem desta era, as lendas e os mitos não se conseguem afirmar e perpetuar no tempo. Se por um lado tal facto revela uma afirmação clara de humanismo, por outro anuncia-se o fim de uma certa história colectiva agregada em pontos chave no qual se destacavam personalidades. Os mitos e as lendas eram também formas de mobilização, de crença e de sentimento capazes de cultivar a mais profunda forma de identidade colectiva: a memória. Para lá de serem simultaneamente instrumentos de alienação.
Hoje, quando os grandes homens se limitam às palavras dos livros de história e os que se destacam entre os seus semelhantes desmoronam normalmente sobre os seus próprios pés, a memória colectiva resume-se à exígua condição de artefacto do tempo, tempo esse que vai fazendo uma história ténue e imediata que se perde lentamente nas brumas do passado recente.
Por tudo isto, porque escasseia a memória colectiva, porque já não restam nem lendas nem mitos que se perpetuem, e provavelmente nem história, resta branquear o que resta dos dias passados e vividos. Talvez esta seja a razão porque o povo português vai, ao que tudo indica, eleger Cavaco Silva e ainda tolera Mário Soares.
Na modernidade, o homo politicus assumiu por diversas vezes esse estado de perpetuação, mesmo que tal não resultasse por si só das forças artificiosas e coercivas da razão de Estado. Todos, mesmo aqueles que pouco conhecem da ciência ou dos afazeres da escolástica contemporânea, sabem que em tempos houve um Marquês de Pombal que reconstruiu Lisboa após o terramoto ou um poeta sem um olho de nome Camões. Por todo este País, de lés a lés, ninguém terá esquecido o ditador paternalista chamado Salazar, mesmo que o isolamento de outros tempos o tenham escondido dessa turba que o vil homem tanto temia.
Neste século XXI de triunfo da sociedade de informação e (apesar de tudo) conhecimento, os homens já não se fazem deuses ou demónios omnipresentes na memória colectiva. À luz do saber, da aprendizagem e desaprendizagem comum do homem desta era, as lendas e os mitos não se conseguem afirmar e perpetuar no tempo. Se por um lado tal facto revela uma afirmação clara de humanismo, por outro anuncia-se o fim de uma certa história colectiva agregada em pontos chave no qual se destacavam personalidades. Os mitos e as lendas eram também formas de mobilização, de crença e de sentimento capazes de cultivar a mais profunda forma de identidade colectiva: a memória. Para lá de serem simultaneamente instrumentos de alienação.
Hoje, quando os grandes homens se limitam às palavras dos livros de história e os que se destacam entre os seus semelhantes desmoronam normalmente sobre os seus próprios pés, a memória colectiva resume-se à exígua condição de artefacto do tempo, tempo esse que vai fazendo uma história ténue e imediata que se perde lentamente nas brumas do passado recente.
Por tudo isto, porque escasseia a memória colectiva, porque já não restam nem lendas nem mitos que se perpetuem, e provavelmente nem história, resta branquear o que resta dos dias passados e vividos. Talvez esta seja a razão porque o povo português vai, ao que tudo indica, eleger Cavaco Silva e ainda tolera Mário Soares.
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