O Grito
Cada vez que contemplo a espantosa pintura de Munch ocorre-me que aquele grito é silencioso como a morte.
É como se ninguem pudesse socorrer uma humanidade que clama por socorro. Socorro do seu próprio desespero.
Nada se ouve, apenas se vê. O personagem no cimo do pontão (ou ponte?) debaixo do céu rubro e escaldante, perdido num imenso e profundo vazio.
Sonho ouvir o grito e perder-me no seu mais profundo silêncio. Mas não consigo, e entrego-me na contemplação da espantosa pintura de Munch esperando que aquele casal que lá vem socorra o desespero daquela criatura. Ou o desespero desta apocaliptica humanidade.
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